Caos na Europa: Governo da Alemanha Colapsa Enquanto Trump Retorna

O governo de coalizão da Alemanha entrou em colapso na quarta-feira, depois que o Chanceler Olaf Scholz demitiu seu ministro das Finanças, Christian Lindner, mergulhando a maior economia da zona do euro em caos político horas após a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos EUA.

Scholz disse aos repórteres que apresentaria uma votação de confiança no parlamento em 15 de janeiro, que a maioria dos observadores espera que ele perca. Isso abrirá caminho para eleições antecipadas em março.

A demissão de Lindner e a saída de seu partido pró-negócios, o Partido Democrático Livre (FDP), do governo encerram uma coalizão profundamente impopular que se tornou sinônimo de discórdia e acrimônia.

Isso deixa um vácuo no coração da Europa, justamente quando a preocupação está crescendo nas capitais da UE sobre o que significará um segundo mandato de Trump para as relações transatlânticas.

A Alemanha e o resto da Europa agora enfrentam um longo período de incerteza que não podem se dar ao luxo, enquanto se preparam para uma guerra comercial com os EUA e tentam resistir a uma crescente ameaça econômica da China.

Em um comunicado contundente entregue na chancelaria, Scholz culpou Lindner pelo colapso do governo, chamando-o de "egoísta" e "irresponsável".…   Ele disse que ele "se importava apenas com sua própria clientela e a sobrevivência a curto prazo de seu próprio partido".

O gatilho para a demissão de Lindner foi uma disputa sobre o orçamento do próximo ano. Os três parceiros da coalizão - os Social-Democratas de Scholz (SPD), o FDP de Lindner e os Verdes - não conseguiram concordar sobre como cobrir um buraco de €9 bilhões nos planos de gastos antes de uma reunião do comitê de orçamento do parlamento na próxima semana.

No entanto, o conflito se sobrepôs a divisões ideológicas mais profundas sobre como lidar com a recessão econômica da Alemanha e quanto de dívida pública o governo tem permissão legal para contrair.

Scholz disse que havia pedido a Lindner que concordasse em flexibilizar a "freio da dívida" da Alemanha, um limite para novos empréstimos que está consagrado na constituição e que o SPD e os Verdes há muito tempo querem reformar.

Isso teria permitido à Alemanha assumir mais dívidas e assim aumentar seu apoio à Ucrânia, em um momento em que os temores estão crescendo de que Trump possa cortar a ajuda a Kiev assim que assumir o cargo na Casa Branca.

Scholz disse também ter proposto limitar as tarifas de rede para reduzir os preços da energia para empresas industriais, criando incentivos para que as empresas invistam, e aprovar um pacote de medidas para proteger empregos na indústria automobilística, que enfrenta mais concorrência da China.